sexta-feira, 25 de junho de 2010

Programa para Domingo, 27 de Junho

Bom dia,

Para o ultimo Domingo deste mês temos o seguinte programa:


07:00h - Warm-up
09:00h - Passeio mensal do Povoa Clube Btt

Um abraço e boas pedaladas.

Obs.: Não se esqueçam de se inscreverem nas 24horas btt Junqueira através do Clube

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Diário de um Peregrino


" SANTIAGO 2010

10-06-2010 – 1.º Dia
 O despertar foi aos 3.10h da manhã. Esperava-nos uma viagem de cerca de 6 horas, em auto-carro, até Astorga, cidade onde viveu Gaudi. Extraordinária a Catedral.
Era já visível bem cedo, que teríamos um dia cinzento. O que nós não estávamos à espera era de um dia de inverno, dos mais rigorosos. Só faltou a neve na zona da Cruz de Ferro, mas foi por pouco.
Estávamos encharcados, continuava a chover copiosamente, o vento cortava e a temperatura rondava os 3ºC.
Já nem travar conseguia e o previsível aconteceu: depois de ter parado mais de 10 minutos para ajudar o Miguel a trocar um furo, fiquei gelado e na descida seguinte, ao tentar parar a bicicleta, uma pedra entrou na roda da frente e voei.
Resultado: cotovelo e joelho muito mal tratados.
Estava quase a entrar em hipotermia. Consegui reverter, depois de trocar de luvas e impermeável, dar uma ligeira corrida e tomar um café com leite quente.
Ainda houve tempo para uma queda do Joaquim, que ficou com 2 cortes profundos no joelho.
Chegamos a Villa Franca del Bierzo, com cerca de 83km rolados, bastante desgastados.
O tempo foi um duro adversário.
O meu cardio- frequencímetro marca 4.550 kcal.
Vamos lá jantar para recuperar as forças.



11-06-2010 – 2.º Dia

Acordei às 5h da manhã, com os peregrinos caminheiros a prepararem a sua jornada.
Cai granizo com muita intensidade. As perspectivas não são nada animadoras, é este o 1.º pensamento. E estava certíssimo: foi um dia para esquecer.
Depois de cerca de 20km quase todos rolantes e debaixo de chuva miudinha, começou o inferno: pouco mais de 6km sempre a subir, com uma inclinação de 12%, muita chuva, frio e vento.
Chegados ao alto do Cebrero, a 1.400m de altitude, veio o descanso e alguma troca de roupa.
O restaurante/bar onde entramos, está cheio. Multinacionalidades. Desde franceses, italianos, ingleses, 2 grupos de portugueses incluindo o nosso, espanhóis, chinocas não sei de onde, etc. Até um casal, que empurravam um carrinho, com um miúdo com cerca de 4/5 anos, imagine-se.
Ali começa a Galiza, portanto, nada melhor que um caldo galego para aquecer o corpo e também a alma, pois o tempo lá fora, estava um tempo terrível.
Voltamos à estrada e com um companheiro, com quem tínha saído à frente, andamos sozinhos mais de 30km entre caminho e estrada. Do resto do grupo nem sinais. Ficamos depois a saber que o Rui rebentara a corrente, reparação que demorou mais de 10 minutos a efectuar.
A roupa seca não durou mais de 5 minutos e, completamente encharcados, com o percurso maioritariamente a descer, ficamos gelados, mesmo muito gelados, uma vez mais a entrar em hipotermia. Nem as palavras eu conseguia articular.
Paramos para decidir de continuávamos na estrada ou entrávamos no caminho e para nos exercitarmos, com o intuito de evitar o pior.
Mais alguns km’s, agora por estrada e chegamos à carrinha da assistência. Nesta altura, a chuva que já era mais que muita, ainda aumenta de intensidade.
Não sabia o que fazer: se comia primeiro ou tentava trocar alguma roupa.
Decido descascar uma laranja, acompanhada por uma maravilhosa sandes que os nossos Migueis nos tinham preparado. Em alguns momentos tive a sensação que não conseguia acertar com o pão na boca. Tremia incessantemente.
De seguida, entro na carrinha e troco alguma roupa. Em boa hora o fiz, apesar de me ter mantido a tremer mais uns longos minutos. Entretanto, já lá estavam o Daniel, o Zé Gomes, o Pereira, o Rui e o Cabe e passados alguns minutos, o Comandante Lino.
Estava programado ir até Samos antes de Sarria, o fim da etapa, ideia que foi abandonada. O Grupo estava já partido em 3 e todos esgotados pelo esforço e pelo frio.
Regressamos por estrada, nos últimos 20km,
Ainda paramos para uma assistência à máquina do Cabe, que viria a concluir a etapa a pé por ter ficado sem travões.
Chegamos cedo a Sarria, pouco passava das 14.30h portuguesas.
Tratamos das montadas, de nós e da roupa, numa lavandaria dum sul-americano meio vigarista. Algumas montadas tiveram necessidade de grandes intervenções, principalmente ao nível dos travões.
Antes de jantar ainda houve tempo para uma caña e picar um jambon e queso.
O jantar foi servido no excelente restaurante (recomendado pelo guia Michelin) do hotel e descanso no fim destas linhas.
Ainda houve uns aventureiros que foram beber um copo
Totais do dia: 78km e 3.950Kcal.



12-06-2010 – 3.º Dia

A grande novidade do dia, era a ausência de chuva, sendo visível da varanda do bom hotel, a estrada seca, apesar de um céu um pouco ameaçador.
Fizemo-nos à estrada pouco passava das 9h locais, depois de um excelente desayuno, servido no hotel Roma onde pernoitamos.
Foi um dia de sobe e desce constante, com muitas subidas muito fortes apesar de curtas.
O Grupo vai seguindo junto, sem haver grandes atrasos ou avarias.
O percurso, maioritariamente por bosques, é muito bonito.
Andam centenas de peregrinos no Caminho, de várias nacionalidades, idades, sós ou em pequenos e grandes grupos. É um ambiente fantástico, com toda a gente a saudar-se e desejando “un bom camino”
Parei poucas vezes para não arrefecer, pois custa-me muito arrancar e aquecer de novo depois de paragens longas.
Até à paragem para o típico pulpo em Melide, que fica a cerca de 15km de Arzua, o final da etapa e onde pernoitamos, apenas 3 pausas: 2 na carrinha de assistência onde comi, numa delas uma laranja e na outra uma banana e mais uma para tomar café.
O meu habitual companheiro vai com um andamento muito bom, mantendo-se sempre no grupo dos primeiros. Eu adoptei um andamento mais pausado, controlando o meu ritmo cardíaco e não o deixando subir muito.
O tempo aguenta-se bom, melhorando ao longo do dia, sendo já visível o sol. Quase já nem nos lembrava-mos da sua cor.
Hoje, o Pereira e o Rui iam deixar-nos, indo directos a Santiago pois iriam regressar a casa mais cedo, situação já prevista desde o início.
No final do almoço, após as despedidas a estes dois companheiros, o insólito acontece: o Miguel Carneiro Jr. pede ao pai para terminar a etapa de bicicleta, trocando com ele.
Ficamos com um novo membro no Grupo. Apesar de uns rápidos conselhos do pai, “arreia” logo na 1.ª subida por a querer fazer à campeão.
Depois de aprendida a lição, rola com alguma normalidade, notando-se que sabe descer.
O pai, qual peregrino, troca de calçado, improvisa um cajado e faz-se à estrada a pé, percurso que demorou 2,5h a percorrer. Quando chegou ao albergue, já todos estavam prontos para dar uma volta e beber a merecida caña.
O aspecto das camaratas do albergue, tipo “open space”, fazia antever mais uma noite de vuvuzelas, motores de rega e móveis arrastados. Em cheio.
Totais do dia: cerca de 78km e 4.992kcal.



13-06-2010 – 4.º E ultimo dia

Já cheirava a Santiago.
O sol brilhava, logo, a disposição de toda a caravana é bem diferente, para melhor.
Arrancamos com 3 minutos de atraso para a hora prevista, as 9h locais.
Mais do mesmo do percurso do dia anterior: sobe e desce permanente. Como vem escrito no guia, “etapas rompe piernas”.
São cada vez mais os peregrinos, agora que Santiago está mais próximo. Uma vez mais, saliento o ambiente fantástico, apesar de em algumas caras de peregrinos e até bicigrinos, ser bem visível o esforço acumulado.
O nosso Grupo vai rolando um pouco mais lento. Com cerca de meia hora de caminho, pararam. Eu não o faço para não arrefecer e vou rolando devagar, aproveitando para curtir o percurso. Voltamos a agrupar na 1.ª assistência do dia, partindo de seguida e agora, adoptando um andamento mais vivo, sendo vários os “picanços”, essencialmente quando chegam as subidas.
A etapa era curta, restavam-me algumas forças, pelo que vou na onda.
À medida que nos aproximamos de Santiago, o Camino fica cada vez mais concorrido.
Apesar dos sinais evidentes, ainda não tínhamos visto peregrinos a cavalo, cruzando então com 3 grupos. Deve ser uma experiência espectacular, igualmente cansativa, ao que se pode juntar a preocupação de alimentar, lavar e guardar os cavalos. Têm vantagem nas subidas pois aí, o esforço é dos equídeos.
Houve-se ao fundo, o foguete a anunciar a missa do peregrino, que ocorre todos os domingos às 11h, na Catedral de Santiago..
Começamos a descida até à cidade, passando pelas instalações da TV galega e da TVE.
Já em plena cidade, rolando pelo casco urbano, continuamos a seguir as setas amarelas, que nos levam até à Praça do Obradoiro. Já lá estive mais de uma dezena de vezes, e impressiona a sua imponência e beleza do conjunto arquitectónico, mas das duas vezes que lá entrei de bicicleta como peregrino, deram um arrepio………… .
Já não consegui ir à missa do peregrino e assistir ao Bota Fumeiro. É uma cerimónia fantástica e que tive o privilégio de assistir há 2 anos, que não deixa ninguém indiferente, independentemente da religião ou crença.
Já só nos faltam duas tarefas antes de iniciar o regresso:
- Carimbar a credencial de peregrino com o carimbo da chegada e obter a Compostela
- E recuperar as forças, degustando um caro mas retemperador almoço.
Arrumar as máquinas e demais tralhas e regressar a casa, aproveitando para no caminho de volta, começar a recuperação do cansaço acumulado de 4 dias a pedalar e 3 noites mal dormidas, nas quais se inclui a que antecedeu a nossa aventura.
Totais do dia: 41km e 1.920Kcal.


AGRADECIMENTOS

À Direcção do Clube, que nos proporcionou um excelente passeio, extremamente bem organizado.
Aos Migueis, que estiveram sempre onde era necessário e com tudo o que nos fazia falta, desde as bananas e laranjas, água, a bomba de pé para encher alguns pneus desgastados pelo duro caminho, etc.
A todos os companheiros de viagem, principalmente aos que me deram ânimo quando as subidas eram mais longas e as forças começavam a faltar.
Ao Apóstolo Santiago, que mesmo com toda a intempérie com que se nos deparou, levando alguns de nós a um estado de quase hipotermia, nos deu “Un bom camino". "

quinta-feira, 17 de junho de 2010

DOMINGO, 20 DE JUNHO 2010


Bom dia Campeões, este domingo sairemos às 8:00h, do ponto de partida habitual, rua Serpa Pinto.

Um abraço

terça-feira, 8 de junho de 2010

DOMINGO PRÓXIMO, 13 JUNHO 2010.

Bom dia,

Para aqueles que não nos poderão acompanhar na aventura dos Caminhos de Santiago, deixo aqui marcada uma saída para o próximo Domingo, 13 de Junho de 2010, com o ponto de encontro na pastelaria MAR AZUL (EN 13 – junto à Rua Serpa Pinto) ás 8:30h.
Isto è só uma deixa, para que não tenham motivos para ficarem na preguiça.
Através dos comentários, combinem entre vocês e se assim o entenderem marquem e remarquem nova hora e novo local de partida.
Isto é somente para que não fiquem em casa e façam aquilo que tanto gostamos, BTT!...

Um abraço e boas pedaladas

sábado, 5 de junho de 2010

Domingo, 06 de Junho de 2010


Bom dia,
para quem estiver disponivel fica a saida marcada para as 8h na Serpa Pinto.
Até amanhã.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Africa do Sul 2010 - " Em Trabalho..."


Como não podia deixar de ser, desejamos ao nosso AMIGO RUCA uma Boa Viagem e um Excelente Trabalho por terras do "ADAMASTOR"!... E que voltes depois da final...

Um grande abraço.

ULTIMO "TREINO" PARA "O CAMINHO DE SANTIAGO".

"Santiago de Compostela foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO e fica a noroeste da Espanha, na Galícia.
Diz a lenda que um eremita chamado Paio, em 813, quando acompanhava suas ovelhas pelos campos galegos, vislumbrou uma chuva de estrelas onde estava enterrado o corpo do apóstolo Tiago, o Maior, decapitado em 44 na Palestina.
Por isso o nome Compostela, que significa Campo de Estrelas.
Daí em diante Santiago tornou-se um local de peregrinação como Roma e Jerusalém.
Porém, distintamente desses dois locais, para se chegar a Santiago formaram-se várias rotas de peregrinação que devem ser realizadas à pé, de bicicleta ou a cavalo.
Além disso é considerado um caminho místico milenar trilhado pelos celtas, bárbaros, sarracenos, cristãos, muçulmanos, religiosos, ateus, místicos e aventureiros de todas as partes do mundo."

Para que passamos viver e desfrutar deste excerto de historia com a maior disponibilidade e intensidade possível o POVOABTT vai, esta quinta-feira, fazer um ultimo treino para essa Travessia. Encontro na sede do Clube às 7:50h, com saída prevista para as 8:00h, EM PONTO. Esse passeio é especialmente dedicado a todos aqueles que participarão nessa Aventura.
Boas pedaladas e até 5ª.

Lino Vieira

Curiosidade:
O Ano Jubilar Compostelano - também conhecido como Jubileu ou Ano Santo (Jacobeu) - é celebrado desde a Idade Média, por disposição papal, quando o dia do apóstolo Santiago Maior (25 de julho cujos restos mortais se encontram na catedral compostelana, coincide com um Domingo, o que sucede habitualmente cada 6,5,6 e 11 anos. O último celebrou-se em 2004, o actual ano de 2010 é, também um ano jubilar compostelano e o próximo será em 2021 seguido pelos de 2027 de 2032 e de 2038.
O Jubileu Compostelano, que concede desde a sua origem indulgências especiais aos fiéis, estimulou a visita de peregrinos de toda a Europa à catedral de Santiago de Compostela. Esta celebração religiosa tem início da tarde do dia 31 de dezembro anterior ao ínicio do Ano Jubilar e termina no mesmo dia, um ano depois. As cerimónias que assinalam o início e o fim desta celebração são a abertura e o encerramento da Porta Santa, situada na cabeceira da catedral compostelana.
As exigências formais da Igreja para ganhar o Jubileu são muito simples: visitar a catedral de Santiago, onde se encontra o corpo de Santiago e aí rezar pelo menos uma oração. Também é exigida a confissão e comunhão no mesmo dia da peregrinação ou quinze dias antes ou depois desta, mas estes sacramentos podem ser cumpridos em qualquer lugar, e não obrigatóriamente na catedral compostelana.